Enfim, continuando a história, ambos já estavam se alterando e quase partindo pro tapa. Quando ele perguntou desde quando me dava essa intimidade, não consegui segurar.
-É isso que você chama de amizade? Acha isso bonito? - Disse, apontando o dedo na cara dele.
-Que amizade? Nunca te vi, "mermão". Nem sou daqui... E tira esse dedo da minha cara, não te dou essa intimidade.
Minha mão se fechou involuntariamente, como se amassasse uma bola de papel.
-Ah, é?
O lanterninha chamou os seguranças, enquanto relatava os fatos pelo rádio, temendo pelo que podia acontecer. E aconteceu. Um cruzado partiu da minha mão, acertando em cheio o ser. Com o nariz sangrando, ele indagou:
-Seu filho da p%$@, sabe brincar não?
Os seguranças chegaram fazendo sinal de ok, e então o lanterninha criou coragem e perguntou:
-Ah, então era tudo brincadeira, seus arruaceiros! Seguranças, levem-os!
Para nossa surpresa: dois policiais nos aguardavam do lado de fora, sob acusação de atentado ao pudor e aliciamento de menores, tudo por causa dos fatos vistos pelo lanterninha. Como meu amigo se intitulava como irmão dela, teria que depor.
A brincadeira ficou séria. Agora, ou ele desmentia tudo aos policiais ou era cana.
Pelo menos dessa vez ele acertou, e desmentiu tudo alegando que o lanterninha interpretou errado. Claro que desceu a seco para os polícias, entretanto nos libertaram e fomos para casa. Os outros também foram embora, para saber direito o que aconteceu (sim, eles estavam muito mais entretidos!).
Fiquei um bom tempo sem trocar uma palavra com ele, mas hoje em dia nós contamos essa história em meio a risos. Não que não tenha ficado algum ressentimento, mas a amizade supera.
A moral que tirei dessa é que, por mais idiota que uma pessoa aja um dia, ela pode sim se redimir e ser melhor, e se for um grande amigo, dê valor a cada momento bom ou ruim.
Uma nota: sem eu saber, ele falou com a menina por mim, e daí em diante já sabe né... Ô redenção! (6)
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