Era antevéspera de Natal. Que alegria que estávamos todos nós! Passamos todos de série, uns com recuperação, outros não... Saímos pra curtir, fazer alguma coisa doida juntos.
Lugar melhor que shopping não há! Quanta gente, quanta alegria... Entramos em quase todas as lojas, saímos de todas sem comprar nada... Afinal, somos jovens menos abastados.
Pra não afundarmos no tédio, precisávamos de algo. Olhamos para o lado, e veio o algo: Papai Noel.
Sentado, em sua poltrona felpuda, de olhar fixo e sorriso amarelo. Lá estava o bom velhinho. Bom? Nem tanto...
Pedimos pra tirar foto com ele. Resposta? Não éramos crianças...
Saímos resmungando "Que cara sem espírito natalino... Velho chato". Vocês acham que ele gostou? Nos fuzilou com aquele olhar "Chuck Norris with Lasers".
Deixamos por isso e fomos comer uns lanches. Comemos, bebemos, rimos, zoamos, aproveitamos, adoramos. Nem relógio tínhamos, então fomos quase expulsos de lá por causa do horário. Quem encontramos na saída? Um senhor, de olhar fixo e sorriso amarelo. Não, não era o Papai Noel: era um de nossos pais nos procurando. Eram 2 da manhã... Pra jovens caseiros de 17, 18 anos, bem tarde.
Em casa, aquela falação: "Você não tem noção?! Sabe que horas são?! Sabe o tamanho da preocupação? Você não é desses muleques não! Esse menino ainda me mata do coração! Mimimi, mimimi"...
Se não quiserem ouvir rios de falação, não esqueçam os relógios.