Existem paixões que não importam o tempo e a distância, apenas a sintonia entre o casal basta. Quem disser que nunca teve um amor platônico está mentindo, e quem afirmar que não sente saudades de alguém, também mente.
Letícia era uma menina doce, simpática, divertida... Parecia ser um aprimoramento das princesas dos contos de fadas.
Em pouco tempo nós nos tornamos grandes amigos, daí fomos nos tornando mais que isso.
Enfim, éramos felizes, vivíamos grudados pra lá e pra cá, assistíamos a aula juntinhos, nos metíamos em confusão...
Uma delas foi o dia que jogamos tinta nos carros dos professores. Estávamos no 3° andar da escola, apenas com tintas guache e duas mentes malignas. Gota após gota, tingimos uns 5 carros.
-E agora, qual vamos pintar? - eu disse à Letícia.
-Da diretora né, filhinho... - ela respondeu em tôm irônico.
A surpresa é que ela estava de tocaia, ouvindo. Pegou-nos pelo braço e daí em diante não é novidade: falação, ocorrência, suspensão.
Saímos rindo, já que aprontamos e ainda ganhamos folga por isso. (!)
Nosso relacionamento era tão lindo... te amo era quase que um oi, trocávamos presentes todos os meses passeávamos por aí...
De vez em quando nos atrapalhávamos, como um dia no parque. Nós dois usávamos aparelhos, e foi inevitável que eles se agarrassem. Ficamos presos um no outro. Nem foi problema, era bom ficar perto dela.
Tudo corria bem, parecia um conto de fadas... Até que, um dia ela me diz que voltaria à Pato Branco, sua cidade natal. Meu mundo acabou: fiquei super pra baixo, não me imaginava sem ela. Não queria comer, ficava trancado escrevendo o nome dela, esboçando seu rosto... Mas nada continha essa saudade que nascia.
Chegou o dia da despedida.
Ela me deu um tchau frio, mas um beijo quente, aquela velha máxima de "aproveitar cada dia como se fosse o último" caiu por terra. Era o último dia. Nos despedimos como quem enterra um ente querido. Sabíamos que seria muito difícil voltar a nos ver, mas nos prometemos manter ao menos contato sempre, seja por telefone, MSN, SMS, sinal de fumaça...
Nessas horas de maior saudade, o MSN é um quebragalho. Ainda conversamos, cada vez mas raramente, mas no coração ainda é ela que pulsa.
Letícia... um nome lindo, uma pessoa fantástica. Sinto sua falta.
Sem mais.
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(Dedicado à minha grande amiga Letícia, leitora assídua do blog, que se mudou mesmo :D)